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31/10/2019 - Mulheres em situação de rua são 56% das vítimas de violência no RJ
29/10/2019
Já em âmbito nacional, entre 2015 a 2017, foram registrados 303 casos de violência contra crianças menores de 5 anos em situação de rua.
Por: Mariana Lima
Dados do Ministério da Saúde, reunidos pela Secretaria de Vigilância em Saúde junto ao registros do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) coletados em 2017, revelam que as mulheres em situação de rua são as principais vítimas de violência contra essa população no Rio de Janeiro. Elas representam 56% das vítimas, enquanto os homens correspondem a 44%.
Pessoas negras são 56% das vítimas de violência, enquanto os brancos somam 34%. A violência física é a que aparece com maior incidência com 5.720 casos registrados em 2017. A violência psicológica e moral fica em 2° lugar com 1.405 casos, seguido pela violência sexual com 270.
Os principais responsáveis por essas violências são, em maioria, desconhecidos (2.150 casos registrados), seguido por amigos e/ou conhecidos (1.940) e familiares (417).
No Brasil
Em um cenário mais amplo, os números são semelhantes. Dados do Boletim Epidemiológico n° 14 da Secretária de Vigilância em Saúde e do Ministério da Saúde deste ano apresentam uma análise da violência contra a população em situação de rua entre 2015 e 2017, com base nos registros do Sinan.
Ao todo, foram registrados no país 17.386 casos de violência motivados em razão da condição de situação de rua da vítima. A faixa etária da maioria das vítimas era de 15 a 24 anos, representando 6.622 casos (38,1%).
A violência voltada para crianças em situação de rua menores de 5 anos também foi registrada, totalizando 303 casos. Mulheres foram as principais vítimas da violência motivada pela situação de rua com 50,8% casos. Pessoas negras também são os alvos mais frequentes, com 54,8%.
O tipo de violência que predominou nos registros foi a física, com 92,9%. Em seguida vem a violência psicológica e moral com 23,2% e a sexual com 3,9%.
Em relação aos autores da violência, o desconhecido tende a ser o principal acusado com 34,9%. Logo em seguida vem amigos e/ou conhecidos com 31,5%.
Durante o período analisado, a região sudeste foi a que apresentou a maior incidência nas notificações de violência contra a população em situação de rua (54%). Os estados de Minas Gerais e São Paulo apresentaram, respectivamente, uma taxa de 29,1% e 20,1%.
O estudo ressalta a tendência para a subnotificação de muitos dos casos de violência contra a população em situação de rua. Entre os fatores estão a dificuldade em acessar o serviço, a não procura pelo atendimento, e até mesmo pelo não registro ou preenchimento do campo “motivação da violência” por parte de profissionais da saúde.
Fonte:
OBSERVATÓRIO DO TERCEIRO SETOR
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