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15/03/2021 - Vítimas de tráfico humano podem passar de 50 mil no mundo, diz ONU

08/03/2021

Estimativa da ONU ainda ressalta que número pode ser maior devido à subnotificação. De acordo com análise, migrantes e desempregados são os mais vulneráveis ao tráfico humano.
 
Por: Mariana Lima

De acordo com o Relatório Global sobre Tráfico de Pessoas, produzido pela Organização das Nações Unidas (ONU), a proporção de pessoas traficadas no mundo aumentou. O relatório aponta que cerca de 50 mil vítimas foram detectadas e denunciadas em 148 países em 2018.

Contudo, o Escritório da ONU sobre Drogas e Crime (UNODC) reforça que o número real de vítimas traficadas pode ser muito maior pela natureza oculta desse crime.

Com base no relatório, os alvos preferenciais dos traficantes são os mais vulneráveis, como migrantes e pessoas desempregadas.

A proporção de crianças vítimas de tráfico humano triplicou nos últimos 15 anos, indo de 10% para mais de 30%. Já a proporção de mulheres adultas caiu de mais de 70% para menos da metade.

Quase 1% das vítimas, ao longo do período analisado, foram coagidas a mendigar. Além disso, parte das vítimas foi forçada a se casar e houve casos de remoção de órgãos.

No mesmo período, a proporção de homens adultos quase que dobrou de cerca de 10% para 20%. De modo geral, metade das vítimas detectadas foi traficada para a exploração sexual, 38% para trabalhos forçados e 6% envolvidas em atividades criminosas forçadas.

Quase metade das vítimas identificadas em nível global eram mulheres adultas e 20% meninas. Outros 20% correspondiam a homens adultos e 15% a meninos.

Os meninos são recorrentemente levados para os trabalhos forçados, enquanto as meninas são traficadas, na maior parte dos casos, para a exploração sexual.

As vítimas tendem a ser colocadas em setores econômicos em que o trabalho se realiza de formas isoladas, incluindo agricultura, construção, pesca, mineração e trabalho doméstico.

Em relação ao perfil dos traficantes, mais de 60% dos que foram levados aos tribunais e condenados pelo crime eram do sexo masculino.

O UNODC aponta que estes traficantes podem integrar grupos do crime organizado ou operar por conta.

Os traficantes veem suas vítimas como mercadorias, sem qualquer consideração pela dignidade e pelos direitos humanos. Esse tipo de mercado pode estar movimentando dezenas de milhares de dólares.

Vale ressaltar que a organização ainda identificou duas estratégias utilizadas por esses criminosos:

A “caça”, envolvendo um traficante que persegue ativamente uma vítima, normalmente nas redes sociais;
A “pesca”, quando publicam anúncios de emprego e os traficantes esperam a resposta das potenciais vítimas.

Os dados recolhidos em 148 países resultaram na identificação de 534 tipos de tráfico distintos, embora as vítimas sejam normalmente traficadas dentro de áreas geograficamente próximas.

Fonte: ONU News Brasil

Fonte: OBSERVATÓRIO DO TERCEIRO SETOR


 
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