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14/11/2019 - Ignoradas e invisíveis: 42,3% das crianças brasileiras vivem na pobreza
13/11/2019
Muitas crianças brasileiras dependem das escolas que frequentam para se alimentarem.
O relatório Síntese de Indicadores Sociais – 2019, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra o quanto as crianças do Brasil são negligenciadas. Em 2018, de todas as crianças de 0 a 14 anos vivendo no país, 42,3% estavam abaixo da linha da linha da pobreza.
Muitas dessas crianças em situação de pobreza dependem das escolas que frequentam para se alimentarem. E o período de férias, que parece tão bom para outras crianças, pode ser aterrorizante para elas.
No Paranoá Parque, conjunto habitacional do Minha Casa Minha Vida que fica a 25 minutos de distância do Palácio do Planalto, em Brasília, as crianças passam os dias livres empinando pipa, de estômago vazio. “No final da tarde, elas me pedem, ‘tia, tem um pãozinho aí para mim?’ Se chega pão de doação, acaba tudo em um minuto”, contou Maria Aparecida de Souza, líder comunitária no bairro, em entrevista para a BBC News Brasil.
A fome parece atingir todos os cantos do Brasil. Até mesmo sua cidade mais rica: São Paulo. Um professor da rede pública paulistana contou à BBC o caso de uma aluna do período noturno que, sem comida em casa, levava o filho menor para também se servir da merenda.
A desigualdade social no Brasil revela-se em histórias assim e nos dados apresentados pelo relatório do IBGE. Nos arranjos domiciliares formados por responsável sem cônjuge e com filho(s) de até 14 anos, mais
da metade das pessoas estavam abaixo da linha da pobreza (54,0%), em especial, quando esse responsável é mulher preta ou parda (63,0%).
Um aspecto notado pelo relatório é a forte correlação entre pobreza monetária e precariedades e vulnerabilidades nas condições de moradia.
Uma inadequação é a ausência, no domicílio, de banheiro de uso exclusivo dos moradores – ou seja, um cômodo com instalações sanitárias e para banho, cujo uso, no cotidiano, não é compartilhado com moradores de outros domicílios. Essa inadequação atingia, em 2018, 2,8% da população, mas esse percentual era de 8,5% entre a população com rendimento domiciliar per capita inferior a R$ 420 mensais.
O estudo revelou que 1 em cada 4 brasileiros vivia abaixo da linha da pobreza em 2018, com uma renda de até R$ 420 por mês.
Apesar da redução na desigualdade de acesso domiciliar à internet entre as faixas de rendimento, ainda persiste uma diferença considerável na forma de acesso. Em 2018, 40,2% dos brasileiros residiam em domicílios onde havia acesso à internet por computador. Entre a população com rendimento domiciliar per capita inferior a R$ 420 mensais, essa proporção era de apenas 13,1%.
Fonte:
OBSERVATÓRIO DO TERCEIRO SETOR
Por:
Maria Fernanda Garcia
Acesse aqui
Muitas dessas crianças em situação de pobreza dependem das escolas que frequentam para se alimentarem. E o período de férias, que parece tão bom para outras crianças, pode ser aterrorizante para elas.
No Paranoá Parque, conjunto habitacional do Minha Casa Minha Vida que fica a 25 minutos de distância do Palácio do Planalto, em Brasília, as crianças passam os dias livres empinando pipa, de estômago vazio. “No final da tarde, elas me pedem, ‘tia, tem um pãozinho aí para mim?’ Se chega pão de doação, acaba tudo em um minuto”, contou Maria Aparecida de Souza, líder comunitária no bairro, em entrevista para a BBC News Brasil.
A fome parece atingir todos os cantos do Brasil. Até mesmo sua cidade mais rica: São Paulo. Um professor da rede pública paulistana contou à BBC o caso de uma aluna do período noturno que, sem comida em casa, levava o filho menor para também se servir da merenda.
A desigualdade social no Brasil revela-se em histórias assim e nos dados apresentados pelo relatório do IBGE. Nos arranjos domiciliares formados por responsável sem cônjuge e com filho(s) de até 14 anos, mais
da metade das pessoas estavam abaixo da linha da pobreza (54,0%), em especial, quando esse responsável é mulher preta ou parda (63,0%).
Um aspecto notado pelo relatório é a forte correlação entre pobreza monetária e precariedades e vulnerabilidades nas condições de moradia.
Uma inadequação é a ausência, no domicílio, de banheiro de uso exclusivo dos moradores – ou seja, um cômodo com instalações sanitárias e para banho, cujo uso, no cotidiano, não é compartilhado com moradores de outros domicílios. Essa inadequação atingia, em 2018, 2,8% da população, mas esse percentual era de 8,5% entre a população com rendimento domiciliar per capita inferior a R$ 420 mensais.
O estudo revelou que 1 em cada 4 brasileiros vivia abaixo da linha da pobreza em 2018, com uma renda de até R$ 420 por mês.
Apesar da redução na desigualdade de acesso domiciliar à internet entre as faixas de rendimento, ainda persiste uma diferença considerável na forma de acesso. Em 2018, 40,2% dos brasileiros residiam em domicílios onde havia acesso à internet por computador. Entre a população com rendimento domiciliar per capita inferior a R$ 420 mensais, essa proporção era de apenas 13,1%.
Fonte:
OBSERVATÓRIO DO TERCEIRO SETOR
Por:
Maria Fernanda Garcia
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