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01/04/2016 - Crianças com deficiência enfrentam desde preconceito até taxa ilegal
28/03/2016
O relato das mães revela tentativas de romper barreiras na educação.
Ao lado dos filhos com deficiência, lutam por uma escola aberta às diferenças. E aos direitos garantidos para proporcionar ambiente integrado de aprendizado.
Desde 2007, a presença dos estudantes com deficiência é cada vez menor em ambientes segregados, como classes especiais e escolas exclusivas.
Para trilhar o caminho da inclusão em escolas regulares, há desgastes a serem superados.
No caso da mãe Maria Helena Domingos, falta atendimento completo para que o comportamento ativo do filho não atrapalhe a turma nem impossibilite a convivência com os colegas. Aos nove anos, Paulo tem síndrome de Down e cursa o 3° ano do Ensino Fundamental na escola pública. Por dia, fica no máximo duas horas de aula na sala.
Sem esperar pela lotação de um profissional, Helena fica na escola. É ela quem recebe o menino quando ele não consegue se concentrar e precisa sair da sala para beber água. “É melhor eu lá. Porque já teve dia em que achei o vigia tomando conta dele lá fora”, lamenta.
Cobrança ilegal
Com o filho na rede privada, Márcia Maria, de 46 anos, está satisfeita com os cuidados da professora. Mas conta que tentou, há dois anos, matricular Rafael em outra escola particular. Deparou-se com uma cobrança adicional ao dizer que o filho tem síndrome de Down. Teria de pagar por fora uma pessoa para ficar com ele. Uma prática ilegal e recorrente nas escolas.
Apesar das barreiras, Márcia acredita que a inclusão ajuda. O filho se desenvolveu melhor desde que o contato com outras crianças virou rotina. Para ela, outra dificuldade é proteger os filhos da rejeição. “O preconceito vem do mundo dos adultos. Quando a inclusão acontece na base, as outras crianças vão se acostumando a crescer com a diferença. Nós vamos mudando as estruturas”, sintetiza.
Para Francilene Araújo, 33, o preconceito se manifesta em sutilezas.
Quando a mãe de um colega ensina a não brincar com o filho Fernando, porque ele é “doentinho”, por exemplo. “Dá para ver que a maldade vem dos pais. Eu repito que meu filho é especial e que deve ser tratado como todo mundo”, defende.
Dados
Nas escolas municipais de Fortaleza, são 3.689 alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento ou altas habilidades matriculados em 2016.
A maior concentração é no 4° ano do ensino fundamental, conforme a Secretaria Municipal da Educação (SME). Nas escolas estaduais, estão matriculados 3,4 mil alunos da educação especial, desde o infantil.
Fonte:
ANDI - Comunicação e Direitos
Veículo: O Povo
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O relato das mães revela tentativas de romper barreiras na educação.
Ao lado dos filhos com deficiência, lutam por uma escola aberta às diferenças. E aos direitos garantidos para proporcionar ambiente integrado de aprendizado.
Desde 2007, a presença dos estudantes com deficiência é cada vez menor em ambientes segregados, como classes especiais e escolas exclusivas.
Para trilhar o caminho da inclusão em escolas regulares, há desgastes a serem superados.
No caso da mãe Maria Helena Domingos, falta atendimento completo para que o comportamento ativo do filho não atrapalhe a turma nem impossibilite a convivência com os colegas. Aos nove anos, Paulo tem síndrome de Down e cursa o 3° ano do Ensino Fundamental na escola pública. Por dia, fica no máximo duas horas de aula na sala.
Sem esperar pela lotação de um profissional, Helena fica na escola. É ela quem recebe o menino quando ele não consegue se concentrar e precisa sair da sala para beber água. “É melhor eu lá. Porque já teve dia em que achei o vigia tomando conta dele lá fora”, lamenta.
Cobrança ilegal
Com o filho na rede privada, Márcia Maria, de 46 anos, está satisfeita com os cuidados da professora. Mas conta que tentou, há dois anos, matricular Rafael em outra escola particular. Deparou-se com uma cobrança adicional ao dizer que o filho tem síndrome de Down. Teria de pagar por fora uma pessoa para ficar com ele. Uma prática ilegal e recorrente nas escolas.
Apesar das barreiras, Márcia acredita que a inclusão ajuda. O filho se desenvolveu melhor desde que o contato com outras crianças virou rotina. Para ela, outra dificuldade é proteger os filhos da rejeição. “O preconceito vem do mundo dos adultos. Quando a inclusão acontece na base, as outras crianças vão se acostumando a crescer com a diferença. Nós vamos mudando as estruturas”, sintetiza.
Para Francilene Araújo, 33, o preconceito se manifesta em sutilezas.
Quando a mãe de um colega ensina a não brincar com o filho Fernando, porque ele é “doentinho”, por exemplo. “Dá para ver que a maldade vem dos pais. Eu repito que meu filho é especial e que deve ser tratado como todo mundo”, defende.
Dados
Nas escolas municipais de Fortaleza, são 3.689 alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento ou altas habilidades matriculados em 2016.
A maior concentração é no 4° ano do ensino fundamental, conforme a Secretaria Municipal da Educação (SME). Nas escolas estaduais, estão matriculados 3,4 mil alunos da educação especial, desde o infantil.
Fonte:
ANDI - Comunicação e Direitos
Veículo: O Povo