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26/08/2024 - Pesquisadoras usam a arte para dar voz à população da Cracolândia
24/08/2024
Durante 2023 e parte de 2024, duas artistas e pesquisadoras da USP coletaram depoimentos, sons, imagens e observações da população e frequentadores da Cracolândia. Este material foi transformado em uma exposição de arte, ciência e tecnologia chamada “Des-habitar Escutas: escuta em disputa na Cracolândia”, que ficou aberta ao público no mês de junho.
No mês de junho, o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) da Internet do Futuro para Cidades Inteligentes organizou uma exposição de arte, ciência e tecnologia chamada “Des-habitar Escutas: escuta em disputa na Cracolândia”. Realizado em parceria com o Núcleo de Estudos em Sonologia da Escola de Comunicação e Artes (ECA-USP), esta exposição apresentou trabalhos sonoros, visuais e audiovisuais coletados na região da Cracolândia pelas artistas e pesquisadoras, Lílian Campesato e Valéria Bonafé.
A mostra revelou o resultado da pesquisa em arte e música conduzida pelo grupo do professor da ECA, Fernando Iazzetta. Além de apresentar peças artísticas, a exposição, que foi apoiada pela FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), contou com amostra dos resultados tecnológicos e científicos obtidos pelo projeto.
No período entre 2023 e 2024, as pesquisadoras da ECA, Lílian e Valéria, compilaram dezenas de relatos da população e dos frequentadores da região da Cracolândia. Esses materiais foram construídos por meio da coleta de depoimentos, sons, imagens e observações. A partir disso, elas montaram uma exposição que convidou o público a quebrar estigmas e os hábitos da escuta, para assim, se abrirem para histórias e vozes de pessoas silenciadas.
Em entrevista para o Observatório do Terceiro Setor, no programa Olhar da Cidadania, a pesquisadora Lílian Campesato contou que o objetivo principal do projeto realizado na Cracolândia era se aproximar das pessoas para entender por que apenas algumas vozes são ouvidas na sociedade. “Esta é a principal questão do projeto. Na cidade de São Paulo, por exemplo, quem tem o privilégio de ser escutado e quem é silenciado?”, questionou a pesquisadora.
Ela também contou que, durante todos os dias em que coletou os relatos na Cracolândia junto à pesquisadora Valéria Bonafé, ocorreram situações transformadoras e extraordinárias no convívio com os frequentadores da região. Deste modo, a experiência vivida fomentou a ideia de transformar o trabalho em uma exposição artística.
Localizada no centro de São Paulo há mais de 30 anos, a Cracolândia é uma região conhecida pelo intenso consumo e tráfico de drogas, principalmente crack. Durante a entrevista para o Observatório, Lílian avaliou os principais perfis de pessoas ouvidas no processo de coleta de depoimentos. “São pessoas extremamente vulneráveis. Eu não conheço, no extrato da nossa sociedade, população mais vulnerável do que aquela, uma população que também sofre preconceito de todos os lados. As pessoas olham para quem está naquele espaço como zumbis”.
Você pode conferir a entrevista completa de Lílian Campesato no site do Observatório ou no Youtube. O programa Olhar da Cidadania também é transmitido na Rádio USP (93.7 FM), todas as quintas-feiras às 13h30, apresentando pelo jornalista Joel Scala, diretor e fundador do Observatório do Terceiro Setor.
A mostra revelou o resultado da pesquisa em arte e música conduzida pelo grupo do professor da ECA, Fernando Iazzetta. Além de apresentar peças artísticas, a exposição, que foi apoiada pela FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), contou com amostra dos resultados tecnológicos e científicos obtidos pelo projeto.
No período entre 2023 e 2024, as pesquisadoras da ECA, Lílian e Valéria, compilaram dezenas de relatos da população e dos frequentadores da região da Cracolândia. Esses materiais foram construídos por meio da coleta de depoimentos, sons, imagens e observações. A partir disso, elas montaram uma exposição que convidou o público a quebrar estigmas e os hábitos da escuta, para assim, se abrirem para histórias e vozes de pessoas silenciadas.
Em entrevista para o Observatório do Terceiro Setor, no programa Olhar da Cidadania, a pesquisadora Lílian Campesato contou que o objetivo principal do projeto realizado na Cracolândia era se aproximar das pessoas para entender por que apenas algumas vozes são ouvidas na sociedade. “Esta é a principal questão do projeto. Na cidade de São Paulo, por exemplo, quem tem o privilégio de ser escutado e quem é silenciado?”, questionou a pesquisadora.
Ela também contou que, durante todos os dias em que coletou os relatos na Cracolândia junto à pesquisadora Valéria Bonafé, ocorreram situações transformadoras e extraordinárias no convívio com os frequentadores da região. Deste modo, a experiência vivida fomentou a ideia de transformar o trabalho em uma exposição artística.
Localizada no centro de São Paulo há mais de 30 anos, a Cracolândia é uma região conhecida pelo intenso consumo e tráfico de drogas, principalmente crack. Durante a entrevista para o Observatório, Lílian avaliou os principais perfis de pessoas ouvidas no processo de coleta de depoimentos. “São pessoas extremamente vulneráveis. Eu não conheço, no extrato da nossa sociedade, população mais vulnerável do que aquela, uma população que também sofre preconceito de todos os lados. As pessoas olham para quem está naquele espaço como zumbis”.
Você pode conferir a entrevista completa de Lílian Campesato no site do Observatório ou no Youtube. O programa Olhar da Cidadania também é transmitido na Rádio USP (93.7 FM), todas as quintas-feiras às 13h30, apresentando pelo jornalista Joel Scala, diretor e fundador do Observatório do Terceiro Setor.