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10/02/2017 -Fab Labs têm espaços gratuitos em São Paulo para você criar tudo o que imaginar

09/02/2017
 
 
Além de oferecerem oficinas, os 12 laboratórios na capital paulista permitem usar equipamentos como impressoras 3D e ferramentas de marcenaria.

Móveis de madeira, drones, objetos de decoração, próteses, brinquedos e até um forno de cozinha. Imagine um lugar onde você pode fabricar inúmeras coisas e ter acesso a ferramentas e equipamentos utilizados por grandes indústrias, fábricas ou marcenarias?

Esta é a proposta do Fab Lab Livre SP,  um espaço gratuito e aberto para população que desde dezembro de 2015 oferece cursos e oficinas a quem estiver interessado em aprender e desenvolver projetos coletivos ou pessoais que envolvam tecnologia, ciência, arte e inovação.

Frutos de uma parceria entre a Prefeitura de São Paulo e o Instituto de Tecnologia Social (ITS), os Fab Labs oferecem uma agenda diversificada de palestras, oficinas e cursos livres de curta, média e longa duração, ministrados por uma equipe multidisciplinar de engenheiros, designers, artistas visuais e arquitetos.
Ao todo, são doze laboratórios espalhados pela cidade.
As unidades disponibilizam impressoras 3D, cortadoras a laser, ferramentas de marcenaria, mecânica, computadores com software de desenho digital e equipamentos de eletrônica e robótica voltados para a criação de objetos e soluções.
 
As unidades podem ser frequentadas por qualquer pessoa acima dos 10 anos e oferecem cursos de marcenaria, modelagem 3D, desenho digital, mobiliário de papelão, robótica e muitos outros. Todos são gratuitos.
Saiba mais no site fablablivresp.art.br

“Essa ideia de oferecer para a população da cidade o que há de mais avançado em tecnologia é muito positiva. Capacitar pessoas, estimulando a criatividade por meio de um espaço colaborativo de criação e conhecimento é uma das belezas do projeto. A tendência é que este investimento retorne para a sociedade”, afirma Lucas Schlosinski, coordenador do Fab Lab Livre Chácara do Jockey, localizado dentro do Parque Municipal Chácara do Jockey, no bairro do Butantã, zona oeste de São Paulo.
Por ali passam cerca de 500 visitantes todos os meses.

Lucas também é professor e dá aulas de modelagem 3D, desenho digital e uso misto das técnicas.
Ele acredita que disponibilizar ferramentas gratuitas, digitais ou não, é uma grande oportunidade de inclusão e protagonismo das pessoas que frequentam as unidades.

“Hoje, se o cidadão quiser fazer o protótipo de algum produto ou projeto por conta própria, ele vai ter de desembolsar uma grande quantia de dinheiro, muitas vezes fora de sua condição econômica. Aqui, além de receber capacitações em diversas áreas, ele tem a possibilidade testar a sua ideia em pequena escala e se aproximar dos meios de produção que não costumam fazer parte de sua realidade”, diz.


Transformação social

A ideia de promover melhorias nas comunidades e criar oportunidades de capacitação profissional já vem gerando resultados no laboratório da Chácara do Jockey.

Cerca de 10 jovens que fazem parte do Programa Bolsa Trabalho – Juventude, Trabalho e Fabricação Digital, da Prefeitura de São Paulo, se reúnem periodicamente para o desenvolvimento de uma brinquedoteca, que será oferecida para um Centro de Educação Infantil da região.

Em outro ambiente, um grupo do curso de marcenaria está montando espreguiçadeiras que serão colocadas no Parque Chácara do Jockey.
Em aulas anteriores, este mesmo grupo já produziu mobiliários que hoje fazem parte da estrutura do laboratório.

Há ainda casos como o do jovem Ricardo Ximenes, de 16 anos, morador da região e frequentador assíduo do Fab Lab. Desde que o local foi inaugurado, ele já fez curso de modelagem 3D, eletrônica, Inkscape (tipo de software livre), arduíno (plataforma de prototipagem eletrônica) e também é integrante do Programa Bolsa Trabalho. “Acho importante ter um lugar como esse aqui no bairro, porque além de aprender a mexer com tantas máquinas e equipamentos, você ainda pode usar esse conhecimento para exercer uma profissão”, conta Ricardo.

Para o coordenador Lucas, a presença constante de jovens tem provocado mudanças visíveis não apenas na formação e aproximação das pessoas, mas também na criação de um novo olhar sobre a tecnologia. “Só o fato de eles estarem aqui, aprendendo uma nova atividade e compartilhando com outras pessoas já é uma experiência muito rica. Além disso, muitos não tinham a percepção de quanto a tecnologia está associada a quase tudo que usamos no dia a dia, como as aulas de gravura, por exemplo, que remetem a um período histórico, mas hoje são realizadas com ferramentas inovadoras. Acaba sendo um resgate do passado, mas com atuação no presente e olhar para o futuro”, conclui.

Fonte:
Fundação Telefônica/Brasil
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